quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Deus conceito e o Pai de Jesus

Deus conceito e o Pai de Jesus


Existiu uma época que eu realmente desejei que Deus não existisse, tinha raiva de mim mesmo por crer em Deus. Eu cria em Deus, e Deus era um fardo pesadíssimo para mim, insuportável. Vou explicar melhor.

Deus, antes de qualquer coisa, é um conceito, Ele existe e Ele vive, porém o concebemos sobre uma base conceitual, duvida? Nas rodas de quebra-gelo ou dinâmicas de grupo, quando se pergunta “o que Deus é pra você”, significa, qual é o seu conceito sobre Deus... e agora te pergunto: como é o seu Deus conceitual?

Quando eu era criança, Deus para mim era “o olho que tudo vê”, de quem deveríamos ter cuidado. Lembro que eu decidi viver sentado no sofá para não correr o risco de pecar por causa do “olho que tudo vê”. Na minha concepção infantil viver era perigoso. O medo de viver sempre foi uma pauta na minha história de vida. Viver significava estar em constante vigília, não queria ir para o inferno. Não queria ter filhos, pois não queria colocar no mundo mais um potencial cidadão do inferno, porque pra mim todo mundo iria para o inferno... Inclusive eu, se bobeasse.

Eu odiava me sentir assim, detestava esse fardo, eu me esforçava para ser perfeito, pra ser aceito, para que Deus olhasse pra mim. Pensa numa relação assim: eu aqui, pecador, querendo agradar a Deus, com minhas obras, me sentindo indigno a todo o momento e carente de Deus, ao mesmo tempo está Deus lá em cima de costa pra mim dizendo que ainda não era bom o suficiente. Mas como ele é misericordioso, de vez em quando ele dava uma olhadinha pra mim, e um sorriso de canto de boca... Tipo coisa de 2 segundos... Diga, conhece esse sentimento? Você sabe do que estou falando, não sabe?

Ah! Sentimento conflituoso... As informações não batiam, eu poderia muito bem me entregar a isso, como muitos o fazem, mas eu não consigo. Servir a Deus tem que ser diferente disso. E tem mesmo.

Convido-te a olhar para Deus como Jesus O enxergava, ou melhor, te convido a ver a Deus olhando para o Senhor Jesus, pois é desta maneira que as escrituras ensinam.

Para o Deus conceito, o mundo é maligno por natureza, e que é um ente caído e sedutor que nós devemos evitar. Para Jesus, o mundo é a nossa estrada para o aperfeiçoamento.  É o nosso chão, benção do qual devemos desfrutar, trabalhar e transcender.

O Deus conceito é irado, violento, impaciente, orgulhoso. É um deus que olha para sua criação com ira vingativa, que só não consome a humanidade pelo amor que sente ao seu filho, Jesus. Quantos pastores você já ouviu pregando isso? Eu já ouvi muitos. Já o Pai de Jesus, é amor e ponto, é assim que ensina as escrituras e é desta forma que meu coração O sente.

Para o Deus conceito, a nossa relação com o homem e para com a cidade é uma relação de imposição e conquista. Para Jesus, o olhar que devemos ter é de compaixão e redenção, significando que devemos trabalhar para que o homem seja transformado, não segundo regras ou imposições, mas segundo uma mudança de entendimento, postura e caráter, e principalmente pelo constrangimento que o amor provoca.

Para o Deus conceito, o seu valor é medido pelo que você faz. Jesus enxuga as suas lágrimas e te abraça.

O Deus conceito abençoa de acordo com o merecimento de cada um. O pai de Jesus é cheio da Graça e do perdão.

O Deus conceito está na espreita para te pegar em alguma falta. Jesus te levanta pela mão, e diz levanta-te e anda.

Posso passar o dia inteiro falando sobre o Deus conceito e o Pai de Jesus, existe um abismo de diferença entre eles. Sei que, você sabe muito bem do que estou falando... Portanto, escolhei hoje a quem quereis servir.

Edson M. Felisberto



“Para mim a beleza do cristianismo reside na sua impossibilidade. Ninguém consegue viver neste mundo como ele é e seguir ao mesmo tempo os ensinamentos de Cristo, em praticamente qualquer interpretação deles. Impossível no tempo dele e no nosso – mas mesmo assim a ideia é você tentar. E esse tentar não deve levá-lo a resvalar em autodepreciação ou em vergonha ou em julgar os outros; ao contrário, deve levá-lo a amar e a expandir a sua empatia: a compreender as falhas dos outros, porque aqui está você, falhando logo ao lado deles.”
Isaac Butler, em The Beauty Of A Faith I Don’t Share

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